Jornalista: Jogadores da seleção para treinadores de base têm efeito de convocação, mas ser bom em campo faz de um bom treinador?
São Paulo, 15 de março de 2023
A ideia de jogadores de elite da seleção brasileira se tornarem treinadores de base tem sido uma tendência crescente no futebol nacional. No entanto, um debate fervoroso tem surgido sobre a eficácia dessa mudança e se, simplesmente por terem sido bons jogadores, esses profissionais estarão necessariamente bemsucedidos como treinadores.
Efeito de Convocação
Segundo analistas e jornalistas especializados, o efeito de convocação desses exjogadores é inegável. \”Quando um jogador de renome decide se tornar treinador, ele traz consigo uma série de vantagens, como credibilidade e incentivo para jovens talentos\”, afirma Lucas Santos, jornalista esportivo.
A presença de nomes como Rogerio Ceni, que treinou a equipe sub17 do Flamengo, e Renato Gaúcho, que assumiu o comando do Corinthians, tem gerado expectativas altas entre os jovens jogadores. \”Esses treinadores têm a capacidade de inspirar e motivar, além de compartilhar suas experiências de campo\”, completa Santos.
Desafios na Transição
No entanto, a transição de campo para o comando técnico não é uma tarefa fácil. \”Ser um bom jogador não implica necessariamente em ser um bom treinador\”, observa a comentarista esportiva Maria Fernanda. \”A gestão de equipe, a análise tática e a capacidade de motivar diferentes tipos de jogadores são habilidades que não são inerentes a todos os exjogadores.\”
Maria Fernanda cita o caso de nomes como Zico e Dunga, que, apesar de serem lendas do futebol brasileiro, enfrentaram desafios significativos ao assumir postos de treinador. \”Zico, por exemplo, enfrentou críticas e desafios em sua carreira de treinador, mostrando que o sucesso no campo não é garantia de sucesso no comando de uma equipe\”, diz.
Formação e Experiência
Para muitos, a formação acadêmica e a experiência prática são cruciais para a transição de jogador para treinador. \”É fundamental que esses profissionais sejam preparados de maneira adequada, participando de cursos e seminários que os capacitem tecnicamente e mentalmente\”, acredita o exjogador e treinador Paulo César Carvalho.
\”O aprendizado contínuo e a abertura para a crítica são fundamentais para o crescimento profissional\”, completa Carvalho. \”Além disso, a experiência de trabalho com diferentes tipos de jogadores e contextos é essencial para desenvolver uma boa metodologia de treinamento.\”
Conclusão
Enquanto a presença de exjogadores de renome como treinadores de base tem um efeito de convocação positivo, a realidade é que a qualidade de um treinador vai muito além de seu passado como jogador. A formação contínua, a experiência e a capacidade de adaptação são fatores essenciais para o sucesso no comando de uma equipe. É preciso olhar além do campo para entender o que realmente faz de um treinador excelente.